Doutora explica sobre a doença inflamatória e dá dicas de como tratar e prevenir episódios de crise
A mudança repentina do clima, e a variação da temperatura causam alguns desconfortos no dia-a-dia, mas isso pode ser ainda pior para quem tem problemas respiratórios, principalmente quando são frequentes. A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, que se caracteriza por crises de estreitamento e inchaço dessas vias, além da produção excessiva de muco, o que dificulta a respiração. Recentemente, o Brasil foi surpreendido pela morte da atriz e escritora Fernanda Young, vítima da doença. A doutora Aline Paixão, médica da família, ginecologista e obstetra da startup Docway (www.docway.com.br), traz algumas dicas importantes de como identificar crises de asma, e como se prevenir delas.
Segundo a especialista, existem fatores externos que podem desencadear episódios de asma, entre eles ácaros, fungos, pólens, animais de estimação, fezes de baratas, infecções virais, ar frio e seco e, principalmente, a variação de clima. “A umidade das chuvas aumenta a proliferação de fungos, o tempo seco aumenta polinização, em dias secos e frios há irritação de vias aéreas, ou seja, estamos suscetíveis a todas essas mudanças que podem ser vistas em nosso clima”, comenta a profissional. Para prevenir, primeiramente o paciente que já possui um diagnóstico de asma deve fazer acompanhamento médico rotineiro e seguir à risca o tratamento indicado.
Além disso é fundamental mudar o comportamento diante de algumas situações do dia-a-dia: retirar pisos de carpete; lavar as cortinas quinzenalmente; remover bichos de pelúcia, cobertores de lã e objetos que podem acumular pó; evitar o contato com fumantes; evitar varrer o chão, preferir aspirador ou pano úmido; colocar colchões e travesseiros no sol semanalmente; trocar roupas de cama semanalmente; manter as janelas abertas, a fim de evitar a umidade e proliferação fúngica; animais de estimação não devem frequentar o quarto; e evitar uso de água sanitária, alvejantes e amônia.
Fatores internos também podem causar crises, entre eles praticar atividades físicas, ocasionando episódios de 10 a 15 minutos após a atividade, uso de medicações como aspirina, anti-inflamatórios não hormonais e alguns beta-bloqueadores. Ingestão excessiva de leite, também, pois aumenta a secreção mucoide. Estresse emocional e ansiedade elementos chave para provocar um episódio, porque aumentam os mediadores inflamatórios. Para as mulheres, o período pré-menstrual e a menopausa podem ocasionar crises, por causa das alterações hormonais do período.
De acordo com Aline Paixão, existem alguns sintomas bem tradicionais das crises de asma. “Dependendo da intensidade, a pessoa pode ter apenas sintomas respiratórios leves ou até dor no peito, agitação, sonolência ou perda de consciência”, explica. Já o tratamento da asma é realizado de duas maneiras: por meio de medicações controladoras da doença, chamadas de tratamento de manutenção, cujo objetivo é prevenir crises; e medicações de resgate, que são usadas durante uma crise para promover a broncodilatação, ou seja, permitir a entrada de ar nos pulmões. “A asma passou muito tempo sem a divulgação necessária, mas é uma doença que pode trazer grandes complicações. Por esse motivo, é muito importante prestarmos atenção nos sintomas e nos tratamentos”, completa a especialista.
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